E-mail enviado por uma leitora:
“Considero tóxico o ambiente na empresa onde trabalho: fofocas, leva e traz, disse-me-disse... puxação de tapete, competitividade ... Quem não buscar um ponto de apoio em uma panelinha, se dá mal; claro que me vinculei a duas colegas minhas. Mas acho isso tudo o fim. Além de ter de me esforçar para produzir e ter bom desempenho, ter de administrar todas essas questões, gera um enorme desgaste emocional. O que a senhora me sugere para levar isso com menos estresse?”
Resposta: Este é um tema delicado e, infelizmente, comum em diversas empresas e outros ambientes. Por trabalharmos mais de 8h por dia, às vezes mais de 5 dias na semana, em um mesmo local, as relações podem se desgastar e, em algum momento, gerar conflitos e ruídos na comunicação.
Existe uma máxima que diz que pessoas de bem, pessoas bem-intencionadas, falam de ações, sonhos, projetos e coisas, não sobre outras pessoas - a não ser que seja para dizer algo bom sobre elas.
Quem fala mal do outro, falará mal de você
Além disso, sabemos que pessoas que falam mal dos outros, uma hora falarão também de nós! Pelo que você me diz, você não apenas está sendo influenciada pela fofoca, mas, precisou “se aliar” a um grupo, provavelmente com o mesmo fim.
Em primeiro lugar, neste ambiente somente há pessoas fofoqueiras? Normalmente um ambiente é feito por pessoas bem diferentes, com personalidades, valores e conceitos que divergem entre si. Por outro lado, energias próximas também se atraem.
É possível se aliar a pessoas que tenham valores mais nobres? Ou pelo menos, na maior parte do tempo, estar perto de quem tem relações mais positivas e atitudes mais saudáveis?
A fofoca pode parecer uma excelente distração, mas é um tempo gasto à toa, que não gera nada gera de produtivo ou de bom. Pode ser tentador ser o fofoqueiro ou participar dos grupos e estar perto de quem tem as “últimas da semana”, fazer parte da “rádio peão”, mas, o que se ganha com isso de verdade?
Será que você, que se aliou a estas duas colegas, não pode começar um movimento de falar bem dos demais, dando um exemplo mais saudável? Afinal, não existe fofoca saudável e construtiva. Essa é uma boa desculpa para falar mal dos outros.
Ambiente tóxico
Quando estamos em um ambiente destes, acabamos também alimentando este comportamento e alimentando este perfil. Acabamos, inconscientemente até, para nos sentirmos pertencendo a um grupo, emprestando os nossos ouvidos e boca à fofoca.
No fim das contas, o fofoqueiro gosta de denegrir, puxar o tapete e se sentir superior, muitas vezes visando uma promoção ou ainda ter acesso a informações privilegiadas, que ele pensa que podem ser úteis em algum momento.
O fofoqueiro quer ser o centro das atenções e, na verdade, no seu íntimo é frustrado, infeliz, invejoso, precisa que falem com ele, necessita aparecer. Por dentro é vazio, inseguro e tem baixa autoestima.
Claro que é quase impossível frequentarmos ambientes completamente isentos de fofoca. Mas, muitas empresas já entenderam a importância de trabalhar o relacionamento interpessoal entre as equipes e este cenário já vem mudando bastante.
Líderes já estão estimulando ações que promovem a quebra do ciclo da fofoca, estimulando bons ambientes de trabalho, construindo projetos relevantes.
Sabe, é muito comum pensarmos que não temos responsabilidade pelos ambientes que frequentamos, mas, a verdade, é que também fazemos parte disso, por meio da nossa energia, dos nossos comportamentos, do que aceitamos e deixamos de aceitar. Também somos responsáveis quando nos omitimos, deixando tudo como está, com aquele pensamento “aqui sempre foi assim, não vai mudar nunca”.
Como você reage quando ouve uma fofoca?
Se encerramos o assunto ali, matamos na raiz aquele problema.
Como você lida quando você é o alvo da fofoca?
Para não ser alvo ou até mesmo depois de ser, minha dica é que você estabeleça alianças fortes, tenha parceiros que te defendam, que quando a fofoca chegar vão saber barrar e dizer “essa não é a visão que tenho de fulano, ele não me parece assim.”
Barramos a fofoca quando nos posicionamos e as pessoas vão aprendendo a compartilhar conosco apenas coisas produtivas. Desta maneira, não seremos mais atrativos para o fofoqueiro.
A fofoca só faz alguma diferença quando te permite raciocinar se aquilo que foi falado pode ter algum fundo de verdade e, se tiver, como praticar a “melhora contínua” com você mesma. Senão, vale simplesmente o descarte da fofoca que fizeram e seguir em frente, assim como diriam nossas avós: “entrou por um ouvido e saiu pelo outro”.
Seja responsável pelas suas palavras
Autorresponsabilidade é saber que somos responsáveis por tudo o que falamos, pensamos e sobre como lidamos com o que falamos e com o que falam de nós.
Se você conhece seus pontos fortes e pratica o autodesenvolvimento, isso não vai te afetar, pelo contrário.
Fofoca faz mal e é grave, atinge as pessoas, gerando inclusive transtornos psicológicos, depressão, ansiedade. Aquela máxima “falem bem ou mal, mas, falem de mim”, é péssima. Se não temos o que dizer de bom, melhor não dizemos nada...
Como não ser alvo de fofocas?
Uma última dica, para evitar ser alvo de fofoca é: evite expor sua vida, estimular a inveja, pedir aprovação e likes. Pessoas que estão verdadeiramente se divertindo, estão também ocupadas com seus sonhos e projetos, com aquilo que é nobre, com suas vidas e planos.
“Pratique fofoca reversa”, fale bem dos outros!