Entrevista: Qual é a importância dos cursos técnicos para inserção no mercado de trabalho?

Entrevista: Qual é a importância dos cursos técnicos para inserção no mercado de trabalho?

Desde quando os cursos técnicos passaram a ser valorizados pelo mercado?

De tempos em tempos ouvimos falar da importância dos cursos técnicos, justamente por serem formações mais rápidas, que alcançam muitas pessoas e que tem aplicação prática. Creio que esse ensino nunca deixou de ter a sua importância, pois os temas também vão sendo aperfeiçoados de acordo com as necessidades do mercado.

Quais as vantagens para que tem uma formação técnica no mercado de trabalho?

Para quem está querendo se especializar com mais agilidade, os cursos técnicos são a melhor opção para conquistar um emprego. Atualmente, profissionais de 19 a 30 anos são os que mais lutam contra o desemprego. Porém, na mesma proporção, jovens que estão matriculados em cursos técnicos conseguem uma vaga com mais rapidez.

Os cursos técnicos oferecem uma boa formação, de qualidade, com opções de estágio e, logo na sequência, uma efetivação para uma vaga na empresa na qual o estudante estagiou. Os salários também são bons e as possibilidades de carreira se abrem quanto mais o profissional se especializa.

O tempo de duração dos cursos técnicos em relação às graduações em faculdades pode ser considerada uma vantagem? Por quê?

Não apenas o tempo, mas a forma mais objetiva e direto ao ponto que esses cursos possibilitam, já que as matérias são abordadas com um viés muito mais prático e aplicável, justamente o que as empresas precisam para gerar melhores e mais rápidos resultados.

O que é preciso para ter uma formação técnica?

É necessário estar matriculado ou ter encerrado o ensino médio, portanto, deve ter concluído o ensino fundamental, buscar uma instituição reconhecida pelo MEC e pesquisar sobre cursos que tenham a ver com a área de interesse do estudante.

Há 3 modalidades:

Subsequente: o estudante faz o técnico logo após concluir o ensino médio;

Integrada: o estudante faz o ensino médio e o técnico ao mesmo tempo;

Concomitante: o curso técnico em outro turno, mas paralelo ao ensino médio.

Por que é preciso escolher uma área ainda que técnica que agrade a quem vai fazer o curso?

Como toda profissão, se pensarmos apenas em dinheiro, vai ser difícil cumprir diariamente com as atividades e alcançar o seu propósito com aquela escolha. Sendo assim, pensar em um curso que tenha a ver com as suas competências e habilidades vai ser uma boa escolha, principalmente para ter energia e motivação para enfrentar os desafios que encontrará pela frente.

É importante o estudante pensar não apenas em “profissões que estão em alta”, mas sim naquilo que ele se vê fazendo por algum tempo, se especializando e crescendo, já que esse trabalho ocupará boa parte do seu tempo. Não ir na onda da moda ou de outras pessoas é essencial.

Qual a importância de escolher cursos que tenham certificação do MEC e como isso conta no mercado de trabalho? Cursos técnicos EAD também são válidos? Por quê? 

Um curso certificado pelo MEC é a garantia de ter o seu diploma validado, sendo que essa instituição avalia periodicamente os cursos oferecidos por meio de alguns indicadores, o que demonstra que é uma empresa séria.

Tanto para cursos Tecnólogo ou de Formação Superior, quanto para cursos Técnicos, a importância de buscar uma instituição que atua dentro da lei e de forma transparente é importante. Por exemplo, se eu estudo Nutrição em uma instituição validada pelo MEC, tenho a certeza de que poderei ter o meu cadastro no órgão regulador, como o CFN, assim que concluir a graduação.

Pensemos no curso de Técnico em Segurança do Trabalho. Para atuar como Técnico em uma empresa, é essencial ter estudado em uma instituição séria que passe segurança na hora de agir, tendo a certeza de que estarei dentro da lei quando ingressar em uma empresa.

A instituição onde o candidato se forma pode contar positivamente para a sua colocação no trabalho? Por quê?

Já estamos em um país com menos preconceito quando se fala em instituições de renome, anteriormente algumas empresas somente contratavam profissionais de determinadas escolas. Porém, isso vem mudando e a máxima “o aluno faz a escola” acaba sendo mais aceita, pois, de que adianta ter um profissional formado em uma instituição com nome no mercado, mas que não se dedicou a aprender, frequentar regularmente as aulas, se importar com a sua própria carreira? Muitas instituições menos conhecidas, mas ainda assim validadas pelo MEC, estão conquistando mercado e os alunos formados têm demonstrado alto nível. Mas é claro que se o aluno puder procurar uma escola de referência, somente terá a ganhar na qualidade do ensino, quadro de professores etc. Contudo, isso não significa que o profissional se sairá melhor do que outro.

Como escolhê-las? Há algum tipo de ranking que relaciona essas instituições? 

Existem rankings reconhecidos no Brasil e fora dele, mostrando as universidades que são consideradas as melhores no país ou em nível global. Consultar esses rankings fará com que o estudante tenha mais dados para escolher a instituição em que deseja se formar. É válido consultar esses rankings antes de escolher uma universidade ou instituição de formação técnica.

As empresas buscam algum perfil específico de quem tem formação técnica?

Seja um universitário ou um profissional estudante de cursos técnicos, desejando entrar no mercado de trabalho ou ainda mudar de empresa, conquistar novas posições, sempre as empresas vão buscar não apenas aquele profissional que conhece tecnicamente a sua área de atuação, mas também que tenha as chamadas soft skills, que são competências comportamentais, habilidades e capacitações, como: visão estratégica, pensamento crítico, relacionamento interpessoal, resolução de problemas, comunicação, trabalho em equipe e outras, que farão com que o colaborador saiba trabalhar tanto em atividades que exijam mais conhecimento especializado, quando saber lidar com as demandas comportamentais do dia a dia, como trabalhar com pessoas, lidar com clientes e solucionar problemas.

Dessa forma, se preparar não apenas tecnicamente, mas levando em conta o autoconhecimento é essencial e não deve ser deixado de lado.

Que tipo de vagas o mercado costuma oferecer para quem tem essa formação?

O curso técnico acelera as possibilidades de entrada no mercado de trabalho. As vagas estão espalhadas nas mais diversas áreas: enfermagem, edificações, mecânica, tecnologia, contabilidade, segurança do trabalho, logística, mecatrônica, estética e outras. Vale a pena investir em um curso técnico!

Como são os ganhos para quem tem formação técnica? Qual a variação de salário? 

A remuneração chega a ser até 30% maior em relação aos que não tem essa formação e muitos conquistam promoções de cargo dentro da empresa, com possibilidade de se especializar ainda mais na área de atuação.

Que conselho dá a quem queira investir na área técnica?

1. Busque uma área que gosta, não apenas que está em alta.          

2. Foque nas suas habilidades: analise os requisitos básicos, tanto técnicos quanto comportamentais buscados pelas empresas no ramo de atuação que deseja entrar.

3. Aprenda a se conhecer, seus pontos fortes e aqueles que precisa desenvolver e verifique quais habilidades técnicas estão sendo pedidas.

4. Invista em conhecimento e não se acomode.

5. Tenha uma boa rede de contatos e faça constante networking.

6. Não seja aquela pessoa que diz “isso eu não faço”, “não é da minha área”. Esteja disposto a aprender, sempre desenvolvendo novas habilidades

7. Acompanhe as tendências, novas ferramentas e métodos que estão surgindo a todo instante, não se preocupe apenas em estudar aquilo que é foco da sua área de atuação.

8. Atualize sempre o seu currículo, portfólio e redes sociais profissionais, estando pronto para qualquer vaga que possa surgir.

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Luciane Vecchio, Psicóloga, Consultora de RH, Especialista em Carreiras, Empresária

CRP 06 74914

 



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Luciane Vecchio

Autor: Luciane Vecchio

Psicóloga Clínica | Dra. Carreira e Propósito - Instagram @dravecchio | Especialista em Carreira, RH, Liderança e Empreendedorismo | Colunista de Carreira & Comportamento | CRP: 06/74914

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